quarta-feira, 23 de março de 2011

Sobre casamento e outros traumas...

Fui criada em uma família tradicional, daquelas que os filhos namoram por anos, casam na igreja e tem filhos lindos. Não que necessariamente todos tenham seguido esta ordem, mas a maioria sim. Pelo menos, foi o que nos instruíram à fazer.

Meus pais, por exemplo, não casaram. Meu pai era separado, conheceu minha mãe, se apaixonou e foram morar juntos. Estão juntos até hoje, infelizes e frustrados na relação. Minha mãe falava desde que eu era pequena “a mamãe não casou na igreja, mas quer muito que sua filhinha se case”. Para ela é como se o “não casamento na igreja” fosse o culpado pelo desastre da relação. Como se eles não tivessem a benção de Deus.

Eu cresci acreditando nisso e jurando pra mim mesma que minha vida não seria igual a dos meus pais, por que eu, ao contrário deles, faria tudo correto, conforme o sonho do casamento perfeito. Imaginava que minha vida seguiria o curso natural da coisas.. Com um namoro longo e feliz, um jantar de noivado com a família, um ano gasto na organização do casamento na igreja católica, com toda pompa e toda glória, e muito sufoco para reunir o dinheiro suficiente para tudo isso.

Casamento, leia comprar um lugarzinho para morar e guardar dinheiro para a festa. Festa essa que estariam presentes todos os amigos e familiares, torcendo por nós, vibrando por nós. Os dois poderiam trabalhar e economizar exaustivamente, mas a coisa sairia exatamente do jeito que eles queriam e seriam felizes.

Na minha imaginação, um relacionamento só seria forte e duradouro se passasse por essas condições. Pensava que os dois tinham que sofrer juntos, lutar juntos e crescer juntos para uma relação ser realmente merecedora da felicidade.

Ainda é muito relativo para mim essa questão de “ser merecedor de felicidade”. Eu só queria o normal, o tradicional, o convencional. Mas minha vida nunca foi muito normal. Eu não vou ter esse tradicionalismo todo pra mim. Me apaixonei por uma pessoa que não pode me dar tudo isso, e pior, já teve tudo isso com outra pessoa, ou pelo menos tentou ter.

Mas tentarei ser positiva, essa pessoa é maravilhosa, me ama e faz tudo que pode para me fazer feliz.. E isso tem que ser maior que qualquer regra social, qualquer crendice dos meus pais, qualquer exemplo bem ou mal sucedido...... Espero!

2 comentários:

  1. Que legal teu post guria. Pois é, cada um tem seu exemplo de felicidade e relacionamento duradouro. Meus pais se divorciaram quando eu era tão pequena que só fui saber o que era um jantar em família aos 21 anos, e com a família do namorado.
    Eu faço questão de uma cerimônia, apesar de não ser cristã tenho minha fantasia de uma festa de casamento linda e pomposa. Mas a felicidade do casal não depende de um padre, uma igreja ou uma festa.
    Se o namoro está ruim mas mesmo assim o casal segue adiante no relacionamento com a idéia de que o casamento irá melhorar a relação, o divórcio será apenas uma questão de tempo. É o dia a dia que vai determinar o sucesso da relação, os conflitos, as brigas, as pazes (ou pases, não sei .. =p)
    Os relacionamentos anteriores também servem de aprendizado, o que devemos fazer ou deixar de fazer. Agora é a hora de refletir e seguir adiante, esta é uma fase tão gostosa, não vejo a hora de passar por isso também!!!

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  2. Dri, muito legal esse post. Você nao precisa ser sempre certinha em tudo..heheh
    mas voce vai ver, vai dar tudo certo.
    beijos
    Carol

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