quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Com amor e doença não se brinca

Eu acabo de pagar R$80 em um antibiótico. Eu falei OITENTA REAIS!

De repente meu bolso começou a doer mais que todas as moléstias juntas que me afligem nesse momento. Pagar esse valor em um antibiótico doeu sim, ainda mais no fim do ano, com tantos planos a curto e longo prazo, que como tudo na vida, dependem de dinheiro.

Fui até um pouco mal educada com o farmacêutico. Não disse boa tarde e fui logo jogando o receituário no balcão e perguntando, quanto custa? Já prevendo a pequena úlcera no meu bolso. O farmacêutico foi sincero, apontou o antibiótico e disse “esse daqui é uma facadinha”. E foi!

Oitenta reais era só o macacão saruel lindo da Enfim, com tomara que caia marrom e calça azul com borboletas, que eu me daria de presente de natal. Mas né, para que ser fútil? Era só um macacão que eu queria muito. Agora vou vestir minha caixinha de antibiótico.

Ok, isso foi superficial eu sei. Mas no fundo, apesar do arrependimentozinho básico que me passou pela mente no momento que saí da farmácia, eu comprei o remédio, e óbvio, vou toma-los corretamente. Como dizem por aí, com amor e doença não se brinca. Nessa altura da minha vida, eu inverteria o ditado, com doença e amor não se brinca.

E não brinquei, afinal quero ficar bem de saúde para que quando o amor da minha vida apareça eu esteja completamente saudável para ter meus cinco filhos. Cinco? Não, podem ser dois! Na verdade nessa altura da minha vida [de novo], pode até não ser nenhum, a vontade é muita e futura, mas às vezes uma boa companhia nos faz repensar.  Quem sabe? Não importa agora. Agora me importa ficar boa para quando meu amor aparecer ele possa dizer que ficaria comigo mesmo que eu tivesse Ebola. Quem sabe do futuro? Até por que, agora, eu mal consigo levantar a cabeça, quem dirá enxergar qualquer movimento romântico na minha frente.

Onde eu estava? Ah, o antibiótico! Pois bem, fui, talvez, mal educada em um primeiro momento com o farmacêutico, por medo de beber minha saruel de 12 em 12 horas, mas posso apostar que hoje eu fui a doente que eles atenderam que mais os fez rir. E isso, acredite, já aliviou um pouquinho a minha dor. E minhas graças fora de hora me renderam um descontinho legal. Sim, o antibiótico era bem mais que R$80.

Em frente, dez próximos dias no remédio fortíssimo, sem poder beber uma gota de álcool em todas as confraternizações de fim de ano. Exceto no natal, o remédio irá até dia 24 de dezembro. E no dia 25 poderei brindar com minha família e amigos, que tanto faço questão, por toda a alegria, SAÚDE e amor que existe nesse mundo.

Vestidinho da última festa no lugar do saruel, Terranova no lugar do Chandon e tulipa de frango no lugar do Peru de Natal. Por que OITENTA REAIS, acredite, ainda doem no bolso! Mas não que sejamos menos felizes por isso, pois o ditado já diz: com saúde e amor não se brinca! Vou comemorar a minha recuperação!

3 comentários:

  1. O que importa, nas celebrações serão as companhias. Você teve, tem e terá tudo isso. Fará tudo o que deseja. Será tudo o que sempre quis ser. E terá ao teu lado as pessoas que te amam e te protegerão de tudo. Piegas? Pode ser. Mas certamente elas sabem o que estão falando. E fazem e farão questão de estar contigo em qualquer situação. Pois quanto mais a conhecem, mais estão cativadas. Isso, ma chérie, é irreversível.

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  2. Bastante fluido seu texto, e uma coisa que me chamou bastente a atenção é essa característica docemente feminina de transformar qualquer reflexão em um solilóquio de cunho sentimental. Sua indignação com o preço do antibiótico é justa, mas o que há de mais interessante no seu texto é o modo de tratar as palavras... sutileza e força feminina em uma equivalência perfeita. Aposto que nem mesmo a formula do remédio estopim das suas linhas alcança tal equilíbrio!

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  3. Obrigada pelas "raras" opiniões masculinas no Blog.. Espero mais vezes a visita de vocês por essas bandas de cá! Beijos!!!

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