sexta-feira, 29 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Distraída, eu?

Por esses dias ouvi uma história sobre mim numa mesa de um bar que nem eu mesma lembrava. Uma amiga contou que na época em que éramos estagiárias de relações públicas em determinada universidade e trabalhávamos atendendo alunos de engenharia para encaminhar ao mercado de trabalho – época muito divertida, vale dizer – adentrou pela sala um moço que todas repararam, menos eu. Assim que o moço saiu da sala esta colega comenta “Já fiquei com esse menino” e todas fazem seus devidos comentários. Uma meia hora depois, quando o menino já deveria ter chegado para estagiar na empresa a qual o contratou, eu pergunto a minha amiga “Com quem você ficou?”.

A descrição dessa cena gerou boas risadas e a complementação com algumas outras histórias contadas sobre mim me fizeram concluir que SIM, eu sou distraída. Aliás, distraída é pouco, eu sou muito distraída. Daquelas pessoas que avisa “caiu” depois que o sorvete pingou na roupa da pessoa, sabe? E não é maldade, por que simplesmente entre a ação do sorvete quase pingar e pingar eu pensei em uma cena de um filme que o sorvete me lembrou, que tocava determinado som, com tais autores, que falaram tais frases. Ou ainda, eu lembrei que tem sorvete de macadâmia na geladeira e um outro de wisky que nunca experimentei e penso será que se eu tomar ele inteiro eu fico bêbada? Tipo o sagu do restaurante universitário? Nossa que saudade do famoso R.U., como nos divertíamos por R$1,30 – valor da refeição para os universitários na época –, e caiu o sorvete na roupa da pessoa.

O namorado fala que isso é coisa de gente que tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Pra mim hiperativo é aquela pessoa que não pára quieto um segundo sequer e fala sem parar. Não, essa não sou eu, eu sou calma, nesse sentido. Talvez se mudarmos o nome para Distúrbio do Déficit de Atenção daí combine mais comigo. Déficit eu posso até ter, transtorno jamais. Brincadeiras a parte, afinal, faço 30 coisas ao mesmo tempo, nem sempre termino, o que me frustra muito. Enfim, isso é coisa de namorado querendo arranjar desculpa pra tudo.. Eu me considero apenas distraída, bem distraída, um pouco distraída demais até. Mas funciono muito bem sob pressão. O trabalho é para amanhã? Pode ter certeza que ele vai sair. O projeto tem que ser enviado hoje até às 18 horas? Pode ter certeza que será enviado.

Ou seja, não atrapalho ninguém, os únicos que terão algum problema com isso, serão meus netos. Com todas as minhas divagações quanto tempo será que vou levar para concluir uma história de quando moça? E claro, rezando desde já para não ter alzheimer, senão, deixa pra lá..

quarta-feira, 23 de março de 2011

Sobre casamento e outros traumas...

Fui criada em uma família tradicional, daquelas que os filhos namoram por anos, casam na igreja e tem filhos lindos. Não que necessariamente todos tenham seguido esta ordem, mas a maioria sim. Pelo menos, foi o que nos instruíram à fazer.

Meus pais, por exemplo, não casaram. Meu pai era separado, conheceu minha mãe, se apaixonou e foram morar juntos. Estão juntos até hoje, infelizes e frustrados na relação. Minha mãe falava desde que eu era pequena “a mamãe não casou na igreja, mas quer muito que sua filhinha se case”. Para ela é como se o “não casamento na igreja” fosse o culpado pelo desastre da relação. Como se eles não tivessem a benção de Deus.

Eu cresci acreditando nisso e jurando pra mim mesma que minha vida não seria igual a dos meus pais, por que eu, ao contrário deles, faria tudo correto, conforme o sonho do casamento perfeito. Imaginava que minha vida seguiria o curso natural da coisas.. Com um namoro longo e feliz, um jantar de noivado com a família, um ano gasto na organização do casamento na igreja católica, com toda pompa e toda glória, e muito sufoco para reunir o dinheiro suficiente para tudo isso.

Casamento, leia comprar um lugarzinho para morar e guardar dinheiro para a festa. Festa essa que estariam presentes todos os amigos e familiares, torcendo por nós, vibrando por nós. Os dois poderiam trabalhar e economizar exaustivamente, mas a coisa sairia exatamente do jeito que eles queriam e seriam felizes.

Na minha imaginação, um relacionamento só seria forte e duradouro se passasse por essas condições. Pensava que os dois tinham que sofrer juntos, lutar juntos e crescer juntos para uma relação ser realmente merecedora da felicidade.

Ainda é muito relativo para mim essa questão de “ser merecedor de felicidade”. Eu só queria o normal, o tradicional, o convencional. Mas minha vida nunca foi muito normal. Eu não vou ter esse tradicionalismo todo pra mim. Me apaixonei por uma pessoa que não pode me dar tudo isso, e pior, já teve tudo isso com outra pessoa, ou pelo menos tentou ter.

Mas tentarei ser positiva, essa pessoa é maravilhosa, me ama e faz tudo que pode para me fazer feliz.. E isso tem que ser maior que qualquer regra social, qualquer crendice dos meus pais, qualquer exemplo bem ou mal sucedido...... Espero!