sexta-feira, 27 de abril de 2012

Não se faz mais dia festivo como antigamente

Esse post está só um pouco atrasado... Era para ser postado no dia 19 de abril, mas trabalho e otras cositas más me impossibilitaram de finalizá-lo. E por que dia 19?  E não qualquer outro dia normal?  Porque dia 19 era um dia especial. Ou pelo menos deveria ser na nossa cultura.

Nessas alturas do texto, fuçando lá no fundo da memória e considerando meu título sugestivo, você já deve ter lembrado. Dia 19 de abril foi o dia do índio. Data comemorativa que eu nunca vou esquecer devido à trocentas atividades escolares destinadas a comemoração do tema.
Na minha época, as crianças passavam o dia inteiro prestigiando a data, pintavam os rostos imitando as pinturas rituais indígenas, assistiam documentários para aprender sobre a cultura e faziam homenagens dignas de crianças que deveriam aprender sobre a cultura de seu povo.

Não tenho contato com crianças, mas também não as vejo fantasiadas nas ruas ou plantando árvores em respeito à natureza, tão cultivada pelos povos antigos. Eu espero estar errada, mas sinto um pouco de distanciamento do ser humano das histórias e tradições que devemos valorizar.

Outro dia, conversando com uma colega sobre as maças, meias-calças ou qualquer outro presentinho que levávamos para as professoras no dia 15 de outubro, ela comentou que hoje em dia as crianças raramente presenteiam seus mestres no dia do professor. Lamentei.
Na semana seguinte foi dia de Tiradentes, 21 de abril, e os únicos comentários que li nas redes sociais sobre o assunto era do pessoal mais antigo que valorizava o direito de liberdade comemorado com a data. O pessoal mais novo só reclamava que o feriado caiu em um sábado ou que a passeata não o estava deixando dormir. Por mais mistificada que seja a história do herói da pátria, lamentei novamente.
Não sou ativista, não participo de passeatas (já participei, muito na minha adolescência, mas hoje não participo mais), mas tenho uma consciência, lá do tempo da escola, da importância de cada data comemorativa.
Na próxima semana tem feriado de novo, dia do trabalho. Vamos ver quantas pessoas, no bem bom da beira da praia, vão lembrar quantas manifestações precisaram existir e pessoas morrer para que hoje eles trabalhassem apenas oito horas diárias.
E você ainda pode fazer o discurso que "todo dia é dia". Todo dia é dia da mulher, do trabalhador, do índio. Mas qual o problema de ter um dia específico para valorizar cada um? Nem sempre o dia do trabalho valorizou o trabalhador, por muito tempo ele foi data marcada para protestos e manifestações. Se você não concorda com a data específica, não a critique, ou a quem comemore, e sim, critique todos os problemas envolvendo o determinando assunto.

É como no dia do aniversário da cidade, você lembrar de todos os buracos da calçada. É válido. A gente só implica com o que gosta, só reclama daquilo que julga necessário melhorias. Então, por que não comemorar uma data com uma bela crítica? Só não deixe de expressar sua opinião. Nem as mulheres, nem os índios, nem os trabalhadores gostariam disso!

Um comentário:

  1. Quando eu era criança no dia do estudante a professora levava um pacote de bala/pirulito pra aula e distribuía, e o colégio servia carrocho-quente, hoje não. Acho que tudo é uma troca.

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